domingo, 28 de setembro de 2008

PARIS E A LUA


Ver isto já vale a pena viver!

(desculpem, mas me emocionei - eh !eh! eh! )

CANDES SAINT-MARTIN





SAINT MARTIN

Saint Martin (337-397 d.c.) é o santo protetor da França. Os capetos, a disnatia reinante na França de 987 a 1849, tem seu nome de origem neste personagem.

Era um soldado romano que estacinava na Galia, então província do Império. Conta a lenda que um dia, no rigor do inverno, vendo um pobre desabrigado, cortou o seu manto e cobriu o pobre. À noite, Cristo apareceu-lhe em pessoa para agradecer o ato de caridade. Convertido ao cristianismo, tornou-se um dos primeiros e maiores evangelista desta região, com centro na atual cidade de Tours.

Também é o padroeiro da cidade de Buenos Aires. Porque? Diz a lenda que os moradores tiraram a sorte para escolher um santo. Saiu San Martin. Como quase ninguém sabia quem era e não era de origem espanhola, tiraram a sorte outra vez. Novamente deu ele. Outra tirada de sorte e San Martin ficou sendo o padroeiro. Poucos portenhos sabem disso mas na Praça da Recoleta existe uma estátua do santo doada pela cidade de Tours.

Neste endereço um interessante livro virtual (em frances) sobre sua vida, com belas gravuras.



Candes Saint-Martin



Candes tira seu primeiro nome de condate (confluência). É aqui que o rio Vienne se encontra com o Loire. Cidade já existente na época romana, é a cidade onde morreu Saint Martin em 397. Candes tornou-se então um local de peregrinação importante e uma etapa do caminho de Saint Jacques de Compostele. Muitos reis da França aqui vieram em peregrinação. Até que o corpo do santo foi roubado pelos monges e trazido para Tours.


A Collegiale Saint-Martin está construída sobre as ruínas da casa onde morreu. É a atual capela Saint-Martin, cujos vitrais foram trazidos da catedral de Tours e relatam a última parte da sua vida.



Magnífico portal com numerosas estátuas decapitadas , talhadas na pedra e ocupando os nichos que envolvem a porta.



Aos pés da abadia, belas ruas



segunda-feira, 15 de setembro de 2008

PALAZZO BARBERINI





Os barberini - cujo símbolo são tres abelhas, são uma das famílias mais tradicionais de Roma e da Itália. Papas, cardeais, príncipes e príncesas ... O palácio da família, hoje Galleria Nazionale d'Arte Antica di Palazzo Barberini, fica perto da Pizza del Tritone, em Roma. Com obras de Rafaello, Tintoreto, Bronzino, El Gregro e Caravaggio. Deste, duas obras primas: Judite e Oloferne e Narciso.


GIUDITTA E OLOFERNE


Michelangelo Merisi (1571-1610) – Caravaggio – foi um dos personagens mais extraordinários da história da arte, um profundo inovador da pintura italiana entre o "Cinquecento e il Seicento". Com ele aparece a dualidade claro/escuro. A luz, que em raios oblíquos projeta sombras sobre as figuras que emergem da escuridão com dramático relevo e iluminando um ângulo mais escondido, um rosto, uma ruga, a dobra de uma veste. Como a luz divina que pode iluminar a vida dos deserdados.

Talvez sua própria e desventurada, irrequieta, desesperada, violenta e transgressora vida – chegou ao assassinato – o conduziu à representação de tantos motivos sagros retratando os personagens como pobres homens, vestidos miseravelmente, com unhas e pés sujos. Porque Caravaggio foi o primeiro a representar imagens de santos como homens do povo. Suas Madonas não estão cercadas de nobres patrícios e sim de populares. Sua representação da Virgem morta – hoje no Louvre – foi recusada pelo padres que a encomendaram porque a Virgem, de pés descalços em primeiro plano, era uma pobre mulher do povo e – horror! – tinha os pés sujos.

Na Galleria Nazionale – Palácio Barberini – está uma das mais célebres pinturas de Caravaggio "Giuditta e Oloferne". O pintor se inspirou fielmente na história bíblica da jovem viúva – Giuditta - que salvou a sua cidade e o povo hebreu do assédio dos assírios. Prometendo-se falsamente, introduziu-se na tenda de Oloferne para matá-lo. Esta cena, que foi muitas vezes reproduzida pelos pintores, sempre foi vista como a vitória do Bem/da Virtude sobre o Mal/o Vício.

Caravaggio vê mais do que isso e pinta uma cena terrível de passagem da vida para a morte. Judite, aferrada aos cabelos de Oloforne, acaba de dar o talho de espada no pescoço do general. Que não está mais vivo, como indicam os olhos revirados, mas não está ainda morto, visto que a sua boca grita, seu corpo se contrai e sua mão prende-se ao lençol. Judite acaba de sair do leito, pintada no original com os seios nus, sem o corpinho transparente. A ferocidade da cena é imensa no contraste entre a elegante e distante beleza da heroína e o grito desumano da vítima com o sangue que começa a jorrar.

Caravaggio confere à luz o papel fundamental do quadro. Ela é símbolo da graça divina mas também serve para ressaltar os gestos e os olhares. Como faria um moderno diretor de teatro ou cinema. Símbolo e realidade se encontram e hei-lhos iluminados: o macabro detalhe de Oloferne, a contração do rosto de Giuditta e a expressão (espetacular!!!) estúpida da velha acompanhante que se limita a esperar o momento de recolher a cabeça do assírio.

Datada entre 1597 e 1600, a tela foi executada para a família genovesa dos Costa. Foi considerada perdida até 1950 quando encontrada numa coleção particular e adquirida pelo Estado em 1971 do seu último proprietário particular.
Vale uma viagem à Roma. Isso sem falar dos outros Caravaggios da cidade: Museu Borghesi, Chiesa dei Francesi, Museo Corsini, Chiesa Santa Maria del Popolo, Museo Vaticano ...

sábado, 13 de setembro de 2008

NAPOLI








É um pouco como voltar ao terceiro mundo. Ruas sujas ... muitos ambulantes ... roupa estendida nas janelas ... "cuidado, muito cuidado com a bolsa" ... enfim .... mas com um encanto imenso de um povo "gritão" e muito, muito simpático. Além do "mar azul" da baia de Nápolis





O motivo da viagem? Visitar o soberbo Museo Archeologico Nazionale Napolis. Com todas as relíquias de Pómpéia e Herculano.








E a sala muito especial do "Gabinetto segreto. Un tempo accessibile solo con speciali permessi. Il primo nucleo della "Raccolta pornografica", come venne intitolata nella sua prima esposizione del 1819, risale al Settecento. Il materiale proveniva da Pompei e dagli scavi vesuviani. Da allora, oggetti di uso quotidiano, come lucerne o amuleti, affreschi, marmi, ceramiche e bronzi ritenuti di "contenuto osceno" vennero custoditi in stanze riservate alla visita di persone di moralità ineccepibile."





No mundo romano o membro viril (um dos seus nomes era fascçinum - fascínio favorável, propicio) era tido como um talismã da fecundidade e da prosperidade; do mesmo modo afastava o mal. A combinação destes elementos com aquele outro remédio apotropáico que era o barulho (em geral se colocava campainhas no pescoço das crianças e animais) explica o uso, freqüentemente encontrado em Pompéia, de campainhas de bronze sustentadas por falos ou figuras fálicas.




Posteriormente eram combinados com motivo ao deus da abundância - Mercúrio. Como potente amuleto contra a inveja e como propiciador de prosperidade, o falo se encontrava encravado em todas as cidades antigas, nos muros, calçadas e pavimentos das ruas. Em Pompéia era muito usado, esculpido na fachada das casas que devia proteger. Também na fachadas das casas de comércio e em padarias. Famoso nesse sentido é o relevo em travertino com um falo e a escrita "hic habitat felicitas" de um panifico de Pompéia. Outros grandes falos eram realizados em três dimensões, como verdadeiras esculturas que ressaltavam da parede e da qual emanavam a sua potência benéfica.





Além da obscena escultura, os comerciantes recorriam-se da pintura, como pode-se ver no quadro de Mercúrio que avança com a bolsa de moedas, o bastão alado e um enorme falo.






Famosa também o cartaz de uma outra mercearia com um burro que esta penetrando um leão, na qual se imagina ver a transposição em imagem do tema de uma fábula: "O mundo visto ao contrário" ou "A paciência que vence a força".







Pequenos talismãs com a forma dos genitais masculinos, na maioria penduricalhos, eram tidos como de especial virtude contra mau-olhado e doenças,. Outro tipo era o talismã reproduzia o gesto da mão com o dedo polegar inserido entre o índice e o médio, que aludia assim ao ato sexual.

Desde a época grega arcaica e clássica os lugares de prazer eram decorados com pinturas ilustrando as diversas posições do ato amoroso, como instrução e excitamento dos participantes. Na era elenística houve uma verdadeira explosão de literatura erótica (famosos eram os tratados de filósofos estóicos escondidos debaixo dos travesseiros pelas damas romanas). Em conexão com esse fenômeno, também apareceu o gênero da pintura pornográfica. Foi nesse período que se produziram estas representações de diversas posições eróticas (figurae Vennere) que encontramos nas pinturas pompeianas com representação realística do ato sexual.







Longe de serem triviais pinturas, estas representações - e naturalmente o seu propósito, a prática de elaboradas formas de prazer sexual - entraram a fazer parte da ideologia da luxuria. O Imperador Augusto , segundo Ovídio, tinha nos seus aposentos privados pinturas com "rare accompimenti e posiccionne de Vennere". O exemplo de Augusto e, como é bem sabido, de Tibério, foi seguido em todas as cidades do Império por muitos cidadãos que pintaram e decoraram seus alcovas com cópias de quadros gregos ou mandaram afrescar suas paredes com pinturas representando posições sexuais.






Em Pompéia, quem não podia dar-se o prazer em casa ou não era convidado a uma casa dotada com similar luxo, freqüentava as "cellus meretricium" anexas às tabernas, aos banhos públicos e aos verdadeiros e próprios lupanares próximos as termas de banho. Em todos esses lugares são encontradas pinturas do mesmo tipo daquelas das casas mais afortunadas, só que de qualidade inferior e muitas vezes cobertas de grafites elogiando a própria ou a de outro "performance".









ROMA



(p.s.: ao fundo uma linda bandeira)


Un piccolo cafe e un dolce siciliano - il canolo. Nella Pizza de la Rotonda.






I amici di Roma



segunda-feira, 1 de setembro de 2008

PRIEURÉ SAINT COSME / MAISON DE RONSARD










Prieuré (prier=rezar) quer dizer local de orações, de veneração de relíquias religiosas. Fundada no ano de 1092 pelos monges da abadia de Saint Martin, teve imenso sucesso por guardar as (supostas?) reliquias de São Cosme e São Damião e servia como etapa para os peregrinos no caminho de São Jacques de Compostela. Em 1740, com a supressão da Ordem dos Augustinhos, começou um longo declínio e depredações que só teve fim em 1959. Hoje restam ruínas e o único prédio ainda em pé é o antigo refeitório dos monges, que serve de local para concertos.






De 1565 a 1595 foi dirigida pelo seu mais importante personagem foi Pierre Ronsard (1524-1585 ). Ronsard é o poeta oficial da França. Neste local, em l569 recebeu a visita da rainha Catarina de Médicis acompanhada de seu filho o rei Charles IX e do futuro Henri III. Recebeu então o do título de Poeta do Reino.



Sua mais famosa poesia diz mais ou menos assim: "Mignone, vamos ver se a rosa, que esta manhã abriu seu manto de púrpura ao sol, não perdeu neste fim de tarde seu brilho a ti parelho ... Ah! Vê como num pequeno espaço de tempo ela perdeu seu brilho. Madrasta natureza, porque tal flor não dura que da manhã até o fim da tarde. Então, acredita em mim. Enquanto tua idade floresce na sua mais verde novidade, colhe, colhe tua juventude, pois como a essa flor, a velhice fará desvanecer a tua beleza". (Mignonne=gentil, delicada ..).







Por isto, neste local, onde está conservada a casa em que ele residiu, são cultivadas centenas de espécies de rosas.